Dilma Presidente, o que esperar?

Crhistophe Damázio

Este 1º de janeiro de 2011 entrou para história do Brasil como início do governo da primeira mulher eleita como presidente da república. A mineira Dilma Rousseff venceu a eleição graças ao apoio do então presidente Lula, que usou de toda sua enorme popularidade para conseguir levar a sucessora, por ele escolhida, até o Palácio do Planalto. Os avanços sociais e econômicos do Brasil durante o governo Lula são inegáveis e foi graças a promessa de continuidade nesses avanços que a ex-ministra Dilma conseguiu vencer as eleições de 2010. Eu confesso que votei no ex-presidente Lula nas duas eleições, pois acreditava sinceramente que ele faria as mudanças de que o Brasil precisava, especialmente na área social, porém, nesta última eleição, mudei meu voto. O motivo foi simples: decepção. Apesar do Brasil ter avançado em questões econômicas e em algumas áreas sociais, acho que o governo Lula teve atuação pífia em outros setores, como a educação. Apesar de setores como o ensino superior ter conseguido avanços, como o Prouni, a educação básica, que ficou quase que exclusivamente sob responsabilidade dos governos estaduais, ainda precisa de muitas melhoras. Os programas de assistência social para erradicação da pobreza, embora tenham tirado milhares da miséria, não são mais que paliativos e só ajudam a protelar ainda mais uma discussão aprofundada acerca de políticas publicas inclusivas que promovam uma integração definitiva desses grupos desprivilegiados ao mercado de trabalho. Mas, para além desses fatores, o que mais me decepcionou no governo anterior e que me fez mudar de voto nessas últimas eleições foi a postura política do PT que, desde sua fundação, sempre hasteou a bandeira de que era um partido diferente dos demais, porém, ao assumir o poder pela primeira vez em sua história, provou que não é muito diferente daqueles que sempre criticou. Corrupção, compadrio, nepotismo e todas as mazelas que, desde o período colonial, infectam a política brasileira se manifestaram nos oito anos em que o PT comandou o destino do país. Aquele que se intitula Partido dos Trabalhadores e que sempre criticou veementemente casos de corrupção em governos anteriores, não hesitou em acobertar escândalos como o do “mensalão” e do tráfico de influência no qual o filho do presidente se viu envolvido. Como se não bastasse isso, o PT se mostrou um partido que, no poder, ficou tão embriagado por ele que não hesitou em fazer alianças com qualquer um no intuito de conservá-lo. Aqueles com mais de 30 anos e que acompanham a política brasileira devem ter achado, no mínimo bizarro, alianças do PT com figuras do tipo José Sarney e Fernando Collor de Melo que, anos atrás, foram crucificados por críticas ferrenhas dos petistas. Ao ouvir esse meu ponto de vista, muitos dizem que votaram no Lula ou na Dilma como pessoas e não no partido. Essas, na verdade, entendem muito pouco ou nada de política, afinal, não há como separar o indivíduo de seu partido já que é com a base formada neste que o candidato eleito vai governar. Quem tiver curiosidade, pode confirmar essa informação checando o ministério formado pela nova presidente. De onde acha que vem a maioria dos ministros? Resposta: do PT. Entretanto, apesar de muitas razões pra desconfiar, procuro sempre ter uma posição otimista em relação ao futuro. Apesar de não ter chegado ao Planalto com o meu voto, espero que a presidente Dilma Rousseff entre para a história do Brasil não apenas pelo fato de ser a primeira mulher a ocupar o cargo mais alto da república, mas também por ser responsável pelas mudanças políticas e econômicas que reduzirão a imensa desigualdade social que ainda impera neste país. Capacidade técnica, administrativa, honestidade e voz de comando parecem não faltar à nova presidente, resta torcer para que ela ponha suas virtudes a serviço da nação da melhor maneira possível. Como cidadãos, devemos ficar atentos e vigilantes para que os erros cometidos nos mandatos anteriores não se repitam e nos conscientizar que o governo apenas expressa a vontade do povo e que, se isso não acontece, é porque estamos acomodados e omissos diante do nosso dever de fiscalizar as ações dos homens públicos.


Nota do Ponto:
Essa foi uma participação especial de um amigo que, brilhantemente, manifestou seu PONTO DE VISTA. Não que eu concorde com o que está escrito mas todas as ideias e pontos de vistas devem ser levados em consideração e serem respeitados.

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